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Ministro da Saúde contraria pesquisa e diz que mulheres trabalharem menos que os homens

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as mulheres trabalham mais do que os homens. Em 2004, elas trabalhavam quatro horas a mais que eles por semana, quando se soma a ocupação remunerada e o que é feito dentro de casa. Em uma década, a diferença aumentou mais de uma hora.

Mesmo assim o novo ministro da saúde, Ricardo Barros na quinta-feira (11/8) durante o lançamento de um guia do Pré-Natal do Parceiro, a fim de incentivar os homens a fazer exames de prevenção ao acompanhar as mulheres aos postos de atendimento durante a gravidez, afirmou que os homens procuram menos o atendimento de saúde porque “trabalham mais do que as mulheres e são os provedores” das casas brasileiras.

Segundo a Diretora Nacional de Assuntos da Mulher da Nova Central, Sônia Maria Zerino Silva, essa declaração do ministro interino é “polêmica e irresponsável”. Ele acredita que os homens “possuem menos tempo” do que as mulheres, e fazem menos acompanhamento médico por uma questão de hábito e de cultura.

“Como pode um ministro contrariar um levantamento feito pelo próprio Ministério da Saúde em 2015, por telefone, com 6.141 homens cujas parceiras fizeram parto no SUS. Nela consta que 31% dos homens afirmaram não possuir o hábito de ir às unidades de saúde para buscar auxílio na prevenção de doenças. A maioria deles (55%) justificou que não vai ao médico porque nunca precisou. Outros 17,4% alegaram utilizar a rede privada e 14,5% afirmaram que não vão aos postos de saúde por causa da demora no atendimento. Ele perdeu a grande chance de ficar calado ao dizer besteiras”, comenta Sônia.

Que faz palestras em eventos sindicais pelo país e costuma apresentar dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que em 2014, apontou que a dupla jornada feminina passou ter cinco horas a mais. Sendo que os homens viram sua jornada fora de casa cair de 44 horas semanais para 41 horas e 36 minutos. A jornada dentro de casa permaneceu em 10 horas semanais.

A sindicalista lembra que esta não é a primeira vez que Barros se posiciona contra as mulheres. “Em maio, disse que envolveria as igrejas na discussão sobre aborto no Brasil; Em julho afirmou que a maioria dos pacientes que procuram atendimento médico no SUS imagina estar doente e defendeu a criação de planos de saúde mais baratos, mas com menos serviços de atendimento obrigatórios. Para ele, a estratégia pode ajudar a ampliar o número de usuários de convênios, reduzir a demanda do SUS”.

Sônia garante que as intenções do ministro não são das melhores, principalmente, ao defender planos de saúde e afirmar que as multas aplicadas às operadoras são abusivas e que empresas do setor não podem ser consideradas como inimigas. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) intensificou a fiscalização sobre os planos de saúde, devido as frequentes reclamações dos usuários, e os números de multas aplicadas pela autarquia contra as operadoras já são 11% maior neste primeiro semestre de 2016 do que em todo o ano de 2015.

Fonte: NCST NACIONAL

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