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Senado regulamenta profissão de artesão

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal aprovou ontem, em caráter terminativo, projeto de lei do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) que regulamenta a profissão do artesão. O PLS (136/2009) cria Carteira Nacional do Artesão, define critérios para aposentadoria, abre linhas especiais de crédito e estimula a implantação de uma escola técnica federal do artesanato (veja principais pontos abaixo).
O projeto também caracteriza a profissão que, apesar de milenar, ainda não havia sido regulamentada, o que – segundo destacou o autor da matéria -, “alijava os profissionais de projetos e financiamentos”.
“Era uma profissão esquecida das instituições oficiais”, reforça o senador, destacando porém que, na contramão da oficialidade, os profissionais vem ganhando espaço dentro da economia nacional.
Citando dados de pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi, o parlamentar informa que o segmento agrega 8,5 milhões de brasileiros – mais de 5 mil somente na Paraíba. Juntos faturam, desde 2005, em torno de 52 bilhões/ano.
“Estes dados reforçam que, não fosse o artesanato, a linha de exclusão social e econômica no Brasil seria ampliada consideravelmente, impondo aumento de recursos destinados à programas de proteção social como o Bolsa-Família”, aponta o senador.
A pesquisa mostra ainda que, de 2008 para 2009, o artesão aumentou o seu faturamento em quase 30% – o plus, porém, foi conquistado mais em função da redução dos custos da matéria prima do que por incremento de comercialização.

Mais crédito

“Os números mostram a necessidade de reforçar o crédito destes profissionais para dar novo fôlego a produção de artesanato e levar a arte nacional mais longe”, reforça Cavalcanti.

Divulgação e exportação

Além de reconhecimento, o parlamentar acredita que o PLS incrementará a divulgação e o fluxo de exportações, valorizando os produtos que, segundo ele, figuram como “patrimônio cultural do País”.

Comemoração

A Aprovação do PLS foi comemorada pela presidente da Confederação Nacional dos Artesãos do Brasil, Deonilda Machado. “Há muito tempo lutamos por este reconhecimento, por esta identificação”, disse.
A artesã e pedagoga Christiane Guedes Belarmino, que divulga o artesanato no site Artes da Paraíba, destacou que, apesar da valorização, o artesanato paraibano tem produção deficiente – problema que, segundo ela, pode ser sanado a partir da disponibilidade de crédito para os profissionais.
“É uma vitória”, comemora o curador do Artesanato na Paraíba, José Nilton. “Esta é uma luta de quase meio século por reconhecimento”, acrescenta.
“Todos os profissionais podem contribuir no INSS dentro de seus profissões, menos o artesão”, lamenta.
O curador diz que será “histórico” ir até o INSS e passar a contribuir para sua aposentadoria como um artesão.

Principais pontos

– Caracteriza o profissional artesão
– Coloca o artesanato como objeto de política no âmbito da União, com diretrizes de valorização da identidade e cultura
– Destina linha de crédito especial para o financiamento da comercialização e aquisição de matéria-prima e equipamentos.
– Integra atividade e outros setores de desenvolvimento econômico e social.
– Cria certificação da qualidade do artesanato
– Cria Carteira Nacional do Artesão, com validade de um ano, somente podendo ser renovada com comprovação da contribuição social a Previdência
– Estimula criação de uma escola técnica federal do artesanato
Redação

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